Antes de escrever a news de hoje, sentei para meditar e escutei o seguinte: está tudo aí, mas tem coisas que a gente só enxerga quando presta atenção. E a minha conversa com a Fê foi exatamente sobre isso, mas vamos começar pelo início.
A Fernanda Vilarrodona é publicitária e pós-graduada em psicologia positiva e ciência do bem-estar. Tem uma plataforma chamada Escuta Ela, tem podcast, escreve coluna de revista, enfim, a pessoa não para. Mas, ao mesmo tempo, é super tranquila, uma pessoa gostosa de conversar, querida, acessível e mega gentil.
O nosso papo foi uma delícia e prometo que já vou parar de falar para você poder ler, mas só quero salientar uma coisa: a importância do cuidado. Primeiro o autocui
dado, cuidar da gente, se amar, se escutar, estar atenta às próprias necessidades e, depois, o cuidado com o outro, fazer as coisas com intenção, estar presente nos lugares em que, de fato, escolheu estar.
1) Gosto de acompanhar perfis no Instagram que falam sobre a importância de se conectar, sobre autocuidado e coisas simples. Me passa a sensação de calma em um mundo cada vez mais agitado. Você também tem a sensação de que o mundo está falando cada vez mais alto e que a maioria das pessoas não consegue se escutar? Tanto umas às outras quanto a si mesmas.
Sim, concordo. Eu sinto que a gente está vivendo, principalmente no meio digital, a era das opiniões. De alguma forma tem uma grande importância porque a gente tem acesso a informações, a realidades diferentes da nossa, a gente consegue aprender e explorar muito mas, ao mesmo tempo, é uma guerra de quem consegue chamar mais atenção, quem consegue ser ouvido mais alto. É sempre uma disputa de atenção por meio das opiniões, por meio das visões de mundo e sempre muito intolerantes com os outros - é o que eu sinto.
Também tem a mistura do que é ouvir e do que é escutar. O ouvir é essa coisa mecânica, é o mecanismo de você conseguir identificar um ruído, um som. Isso é ouvir.
Agora o realmente escutar, você sentar, ter uma troca, ter atenção às nuances, olhar para além, inclusive, do que a pessoa está falando, está sendo cada vez mais raro. É a gente conseguir, realmente, escutar o outro.
2) Tem alguma sugestão para quem quer se conectar consigo mesmo, ter uma rotina mais calma e que faça mais sentido? Não calma no sentido de pacata, mas sem aquela agitação que traz mais ansiedade do que produtividade, sabe?
A maior dica que eu poderia dar é fazer micropausas. A gente está sempre emendando uma tarefa na outra, sem ao menos nos dar o tempo de respirar. Que essas micropausas sejam de silêncio, de conexão. Não precisam ser pausas longas, pode ser coisa de um ou dois minutos entre uma atividade e outra, ter esse momento de respiro e criar os seus micro hábitos diários de bem-estar.
Bem-estar, pra mim, é essa escolha diária de hábitos e atitudes em prol da minha saúde física e mental, que compõem esse autocuidado.
São micro escolhas, atitudes que só você vai saber quais são porque são sempre muito individuais. Você precisa explorar e saber o que funciona para você.
3) Como surgiu a ideia de criar o Escuta Ela?
Eu sempre fui uma pessoa extremamente comunicativa, eu queria ser atriz. Eu amava conversar, fiz faculdade de publicidade e propaganda, trabalhei como redatora e, no meio da minha vida, fui convidada a entrar no autoconhecimento de uma forma bem dura, com muitas crises de ansiedade e sem entender exatamente o que estava acontecendo comigo.
Comecei a querer estudar e aprender mais sobre desenvolvimento pessoal até que, mais de quatro anos depois, tendo crises sempre, sempre, sempre, eu decidi fazer uma pós-graduação em psicologia positiva e ciência do bem-estar e, no meio dessa pós, me encontrei profundamente. Decidi que queria compartilhar com as pessoas o que eu estava aprendendo.
Foi um ato de intuição criar o perfil, o nome veio de uma forma muito intuitiva. Lembro de fechar os olhos e ficar repetindo “escuta a sua intuição” porque nenhum nome que vinha servia, até que eu percebi que o “escuta a sua intuição” tinha virado “escuta ela” na minha cabeça e eu falei: “é isso”.
Porque são as mulheres, a sua mente, a sua intuição, é o seu bem-estar, são todas essas coisas.
Hoje, o Escuta Ela é uma plataforma de conteúdo digital que fala sobre acolhimento, autocuidado, bem-estar de uma forma afetuosa, leve, divertida muitas vezes e que tem essa vontade de conectar mulheres que estão nessa busca do autoconhecimento. Também tem o podcast, onde eu trago outras pessoas para trocar e conversar, trazer outros pontos de vista.
Estou desenvolvendo cada vez mais formas de me conectar com essas mulheres, seja por meio de cursos ou workshops, o Escuta Ela está sempre com novidades, então também convido todo mundo que está lendo a seguir e me mandar uma mensagem.
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Amo essa pontualidade :)
Boa quarta, Fred.
"A mistura entre ouvir e escutar." Uma baita verdade dos nossos dias.
Ótima quarta pra ti e tua convidada, Manu! Obrigado pela minha pausa maravilha de quarta :D